O Blues e seus Protagonistas

 O Blues e Seus Protagonistas

A Origem do Blues

Os cantos religiosos (spirtuals) têm sua origem na África, onde a tradição é passada de pai para filho, a qual deu a ferramenta para o nascimento do blues pelos negros americanos, descendentes de escravos africanos, nos final do século XIX. Nos Estados Unidos da América, o blues sempre esteve profundamente ligado à cultura afro-americana, especialmente aquela oriunda do sul dos Estados Unidos (Alabama, Mississippi, Louisiana e Geórgia), dos escravos das plantações de algodão que usavam o canto, nas chamadas "worksongs", para embalar suas intermináveis e sofridas jornadas de trabalho, as quais são uma das origens dos "blues" (blue também é a cor que sinestesicamente significa tristeza na cultura norte-americana, por isso surgiu o termo "let's sing our blues"). São evidentes tanto em seu ritmo, sensual e vigoroso, quanto na simplicidade de suas poesias que basicamente tratavam de aspectos populares típicos como religião, amor, sexo, traição e trabalho. Com os escravos levados para a América do Norte no início do século XIX, a música africana se moldou no ambiente frio e doloroso da vida nas plantações de algodão. Porém o conceito de "blues" só se tornou conhecido após o término da Guerra Civil quando sua essência passou a ser como um meio de descrever o estado de espírito da população afro-americana. Era um modo mais pessoal e melancólico de expressar seus sofrimentos, angústias e tristezas. A cena, que acabou por tornar-se típica nas plantações do delta do Mississippi, era a legião de negros, trabalhando de forma desgastante, sobre o embalo dos cantos, os "blues".


Big Walter Horton

Big Walter Horton

Nascido como Walter Horton em Horn Lake, Mississippi, começou a tocar harmônica com cinco anos de idade. Na sua juventude, viveu em Memphis, Tennessee; ele afirmou que suas primeiras gravações foram feitas lá, no início dos anos 1920, juntamente da Memphis Jug Band, embora não haja documentos que provem isso. Alguns pesquisadores do Blues dizem que isso não passa de uma história inventada por Horton. (Ele afirmou ainda que ensinou algumas práticas de harmônica para Little Walter e para o primeiro Sonny Boy Williamson, embora não haja evidências para essas afirmações; no caso do Sonny Boy Williamson mais velho, há suspeitas. Assim como muitos dos músicos de Blues, gastou muito de sua carreira sobrevivendo com um salário ínfimo e com a constante discriminação de um Estados Unidos segregado. Nos anos de 1930, tocou com um variedade de músicos de Blues, pela região do delta do Mississipi. 

Walter Horton, mais conhecido como Big Walter Horton ou Walter "Shakey" Horton, foi um gaitista americano. Um homem quieto, modesto e essencialmente tímido, Horton é lembrado como um dos mais influentes gaitistas da história do Blues.

Horton morreu de parada cardíaca em Chicago, no ano de 1981, com 64 anos e foi enterrado no cemitério Restvale em Alsip, Illinois.

Ele foi adicionado postumamente ao Blues Hall of Fame em 1982.

Big Mama ThorntonBig Mama Thornton

Willie Mae "Big Mama" Thornton nasceu em 11 de dezembro de 1926, no Alabama. Ela era uma cantora e compositora de blues. Thornton faleceu em 25 de julho de 198, em Los Angeles, Califórnia, aos 57 anos.
Ela era conhecida por sua voz poderosa e sua capacidade de cativar o público com suas performances. Sua música mais famosa, "Hound Dog", mais tarde foi regravada por Elvis Presley e se tornou um sucesso. Apesar de enfrentar muitos desafios como mulher negra na música, Big Mama Thornton continuou a criar músicas que inspiraram e influenciaram gerações de músicos.


Sonny Boy Williamson II

Sonny Boy Williamson II

Os detalhes são controversos, Alex “Rice” Miller nasceu provavelmente na plantação Sara-Jones (ou Selwyn-Jones), próxima ao vilarejo de Glendora, no estado do Mississipi, em 5 de dezembro de 1912. Teria sido criado na plantação de Pleasantview,  nos redores de Money, comunidade do delta do Mississipi e morrido durante o sono em Helena, Arkansas, em 25 de maio de 1965. Sonny Boy Williamson II foi, de muitas maneiras, a lenda definitiva do blues.

Na época de sua morte em 1965, ele já estava por aí há tempo suficiente para ter tocado com Robert Johnson no início de sua carreira e Eric Clapton, Jimmy Page e Robbie Robertson no final dela. Nesse meio tempo, ele bebeu muito uísque, vadiou pelo país, teve um programa de rádio de sucesso por 15 anos, fez turnês pela Europa com grande aclamação e simplesmente escreveu, tocou e cantou alguns dos maiores blues já gravado em discos de fonógrafo Black. Sua entrega era astuta, maligna e cansada do mundo, enquanto sua execução de harmônica era cheia de explosões curtas e rítmicas em um minuto e sopros poderosos e apaixonados no seguinte. Suas canções eram repletas de humor mordaz, com letras amplamente autobiográficas que resistem ao escrutínio da página impressa. Embora ele tenha tirado seu nome de outro tocador de gaita conhecido, ninguém realmente soava como ele.


Sonny Boy Williamson I

Sonny Boy Williamson I


Sonny Boy Williamson I, foi um tocador de harmônica de blues nascido em Jackson, Tennessee, cuja primeira gravação, "Good Morning, School Girl", foi um sucesso em 1937.

Williamson foi bastante popular no sudeste dos Estados Unidos e tornou-se um sinônimo da harmônica no blues nas décadas seguintes, fazendo de seu apelido um nome artístico usado comumente na época de seu assassinato em 1948.
John Lee Curtis Williamson  - 30 de março de 1914 — 1 de junho de 1948.





Sonny Boy Williamson I - Túmulo

Little Walter

Little Walter
A harmônica, também conhecida como gaita, é um instrumento versátil que pode expressar uma gama impressionante de emoções. Entre os solos de harmônica mais icônicos estão "My Baby" e "Juke", que são exemplos perfeitos da habilidade e da paixão que podem ser infundidas nesse pequeno instrumento.

"My Baby" é uma peça que se destaca pela sua melodia suave e cativante. Frequentemente associada ao gênero blues, esta canção utiliza a harmônica para transmitir uma sensação de nostalgia e emoção crua.

O solo de harmônica em "My Baby" geralmente começa com notas longas e sustentadas, criando uma atmosfera introspectiva antes de evoluir para frases mais rápidas e complexas. Esta transição de ritmos e tons permite que o músico mostre sua técnica e sensibilidade, tornando a performance memorável para o público.

Por outro lado, "Juke" é uma das obras-primas de Little Walter, um dos maiores gaitistas de todos os tempos. Lançada em 1952, "Juke" rapidamente se tornou um clássico do blues, graças ao seu ritmo enérgico e à complexidade técnica.

O solo de harmônica em "Juke" é conhecido por sua vivacidade e fluidez, com Little Walter exibindo um domínio impressionante do instrumento. A faixa é caracterizada por passagens rápidas e intricadas, que demonstram a capacidade da harmônica de competir com instrumentos mais tradicionais em termos de virtuosismo.

Em suma, tanto "My Baby" quanto "Juke" são exemplos inspiradores de como a harmônica pode ser usada para criar músicas profundamente emotivas e tecnicamente desafiadoras. Cada solo oferece uma experiência auditiva única, destacando a versatilidade do instrumento e a habilidade dos músicos que o tocam.

Continuaremos com mais postagens como essa. Até breve!


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